22 de nov. de 2012
Brasil é um país jovem na questão da acessibilidade
Em 2006 o Ministério do Turismo lançou um Manual de Orientação voltado ao Turismo e Acessibilidade. O intuito, segundo o manual, era: “servir de instrumento orientador sobre temas relativos à acessibilidade, apresentando critérios, parâmetros, recomendações e informações para o exercício da plena cidadania aos que desejem usufruir dos benefícios da atividade turística”.
No Brasil, o censo do IBGE 2000 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra a existência de 14,5% da população brasileira com algum tipo de deficiência, totalizando aproximadamente 24,5 milhões de pessoas. Esses números não consideram as pessoas com restrição de mobilidade. Aponta, também, que 14 milhões de pessoas são idosas, o que representa 8,6% da população. Projeta, ainda, que 15% da população brasileira estará com idade superior a 60 anos em 2025.
Presidente e fundador da Village for All-V4A, (Aldeia para Todos), Roberto Vitali, acredita que é preciso trabalhar para ter uma marca de qualidade no Turismo acessível. “É a primeira rede internacional de equipamentos turísticos que oferecem serviços para todos, mesmo para os turistas com necessidades especiais, verificados e levado em uma viagem de ajustamento cultural e estrutural. A Village agora inclui 40 estruturas turísticas em toda a Itália e no sul da Europa, oferecendo uma ampla gama de alternativas para os turistas que querem suas férias ideais.
Roberto destaca que a empresa também é ativa na promoção cultural e na consultoria para organizações públicas e privadas sobre os temas de aumentar a acessibilidade no sistema de Turismo. “Também organizamos ‘Gitando.all’ a primeira exposição sobre Turismo acessível que é realizada todo mês de março em Vicenza, na Itália. Em 2013 será na quinta edição”.
No Brasil, no que concerne ao Turismo em relação a esses grupos populacionais, atualmente não existem condições de acessibilidade condizentes. Projetar a igualdade social pressupõe garantir a acessibilidade a todos, independentemente das diferenças, além de entender a diversidade como regra e não com exceção.
Para o presidente da Village for All, o Brasil ainda é um país que está buscando o desenvolvimento na área do Turismo de Acessibilidade, assim como outros países, mas já existe uma grande gama de aprendizado para ser implantado. “A acessibilidade do Turismo em todo o mundo é muito diferente, não só entre as nações, mas dentro do próprio país. É devido a abordagens diferentes e uma ideia que vem se espalhando por anos é que a acessibilidade é uma ideia objetiva. Nem por isso, a acessibilidade é diferente para todos e todos têm o direito de decidir por si mesmo o que se adapta às suas necessidades e o que não, ninguém pode tomar o seu lugar nesta tarefa. Agora muitas instituições, em primeiro lugar na Europa onde ENAT (Rede Europeia de Turismo Acessível) fez um bom trabalho neste tópico, estão tentando desenvolver um roteiro comum para acessibilidade no Turismo. A edição do Manifesto do Turismo Acessível em 2010 pelo governo italiano pode ser um bom ponto de partida, se subscritas por outros países da Europa. O Brasil é um país jovem na questão da acessibilidade, mas também na construção: você tem a oportunidade de trabalhar em estruturas recentes e para evitar preconceitos errados e ao mesmo tempo tirar proveito dos conhecimentos recolhidos por operadores em anos de atividade”.
Tanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quanto a Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) lançaram recentemente resoluções que visam melhorar o transporte de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tendo direito a receber tratamento prioritário e diferenciado no transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
As redes sociais fazem com que a informação viaje sem erros
Roberto Vitali ainda destaca como as redes sociais podem colaborar não só para a produção do Turismo, mas como um meio de ter uma informação mais direta. “As redes sociais são úteis tanto para os operadores, como a Village for All-V4A é, e para os turistas: eles podem trocar informações sobre os serviços e instalações facilmente, mas elas fazem com que fique mais fácil ter esses contatos diretos com turista. Com as redes sociais, podemos promover imediatamente nossas iniciativas e ofertas especiais por membros de nossa rede. As redes sociais são mais diretas e sem qualquer interferência, a informação viaja sem erros a partir da origem para o destino”, avalia.
Porém ele ressalva que é necessário que as informações tenham fundamento e que sejam uma maneira de colaborar para tirar as dúvidas e fazer os esclarecimentos de todos. “Nós só temos que prestar atenção na qualidade da informação: temos que avaliar de forma concreta e corretamente se as informações que estamos adquirindo são realmente acessíveis e identificar a minoria de boa informação entre o barulho grande de informação que circula na rede social. Este tópico, o que é importante em todos os campos do setor do Turismo, e é absolutamente fundamental para o Turismo acessível, onde a informação é tudo”.
O presidente da V4A aproveitou e comentou como o ano de 2012 ajudou no desenvolvimento do Turismo de Acessibilidade. Para ele as relações positivas estabelecidas durante a estadia no Brasil criou as premissas para o envolvimento futuro da empresa no Turismo acessível brasileiro. “O ano de 2012 foi emocionante: de um lado, o grande sucesso de Gitando.all, com aumento do número de expositores e visitantes, que foi o catalisador na melhoria das relações internacionais, tanto com as instituições europeias e parceiros em um mundo difundido. Durante o ano, participamos do ‘Itália para Todos’, workshop sobre a qualidade do Turismo italiano em São Paulo, graças ao trabalho comum com Enit, agência de promoção italiana”.
Roberto ainda lembrou a conclusão e lançamento do ‘V4Ainside’, sistema que garante a qualidade da informação em acessibilidade de instalação de Turismo e serviços, com base no iPad. “Para 2013, estamos trabalhando na organização da quinta edição do Gitando.all em cooperação com a Fiera di Vicenza, e no desenvolvimento de nosso compromisso na promoção de V4AInside, sem esquecer a melhoria da rede de serviços acessíveis e facilidades que é sempre o núcleo de negócios para nossa empresa”.